Dienstag, 7. Mai 2013

Regierung lehnt Gespräche mit Kazikes Munduruku ab und nennt sie "zweifelhafte Gestalten"

Minister Gilberto Carvalho will mit den Munduruku nicht verhandeln
Regierung beschuldigt Indios des illegalen Goldabbaues
Das Präsidentiale Generalsekretariat berichtete am Freitag (3.5.) laut O Globo, dass jene Indios Munduruku, die seit Donnerstag Belo Monte besetzt halten, in den illegalen Goldabbau am Rio Tapajós involviert sind. Minister Gilberto Carvalho nannte sie "zweifelhafte Gestalten", die keine Legitimation für Verhandlungen haben, die launisch und wortbrüchig sind, und mit denen nicht verhandelt wird.
Die Antwort der Indios kam prompt. In einer Presseaussendung bezeichneten sie diese Meldungen als Unterstellungen und Lügen und dass "die Regierung den Verstand verloren hat..."

Kathpress, 07.05.2013
Brasiliens Regierung lehnt Dialog mit Belo-Monte-Besetzern ab
Megabaustelle wird mittlerweile von Spezialeinheiten des brasilianischen Militärs geschützt

Brasilia, 07.05.2013 (KAP) Brasiliens Regierung will nicht mit den indigenen Besetzern des Belo-Monte-Staudamms im Amazonas-Urwald verhandeln. Die rund 180 Indigenen, die seit einer Woche die Arbeiten an einer der Baustellen unterbrechen, fordern einen einstweiligen Baustopp sowie öffentliche Anhörungen zu drei Staudammprojekten in der Region, wie die deutsche katholische Nachrichtenagentur KNA am Dienstag berichtet. Zudem verlangen sie den Abzug von Spezialeinheiten des brasilianischen Militärs, die die Baustellen schützen, sowie Umweltgutachten zu den Auswirkungen der Bauten auf die Flussläufe.

Neben dem Megastaudamm von Belo Monte plant die Regierung weitere Kraftwerke an den Flüssen Tapajos und Teles Pires. Die drei Staudammprojekte haben nach Angaben der Indigenen negative Auswirkungen auf indigene Territorien im Amazonasgebiet.

Die Regierung wirft den Indigenen vor, illegale Goldgräberlager in der Region zu unterhalten. Ihr Protest diene allein dem Erhalt dieser Lager. Ein Regierungssprecher bezeichnete die Indigenen als "nicht ernst zu nehmen und unehrlich". Im Februar und April habe die Regierung Vertreter der Indigenen zu Verhandlungen eingeladen; diese seien aber nicht erschienen. Die Regierung lehnte daher die Forderung der Indigenen ab, in Belo Monte persönlich mit dem Minister für den Dialog mit der Zivilgesellschaft, Gilberto Carvalho, zu verhandeln.

Auch Kirchenvertreter zum Verlassen aufgefordert

Am Freitag hatte ein Gericht den Antrag des Baukonsortiums von Belo Monte auf Räumung der besetzten Baustelle abgelehnt. Allerdings wurde verfügt, dass drei vor Ort arbeitende Journalisten die Baustelle zu verlassen haben, darunter auch ein Vertreter des von Erwin Kräutler geleiteten Indigenen-Missionsrates CIMI der Brasilianischen Bischofskonferenz. Kräutler und der CIMI kämpfen seit Jahren für die Belange der Indios und gegen die Staudammprojekte.

Der Belo-Monte-Staudamm soll mit einer Leistung von 11.233 Megawatt der drittgrößte der Welt werden. Das zehn Milliarden Euro teure Bauwerk soll 2015 ans Netz gehen.


Secretaria-Geral da Presidência da República - Comunicação, 06.05.2013
Esclarecimentos sobre a consulta aos Munduruku e a invasão de Belo Monte
Indígenas de várias etnias, coordenados por autodenominadas lideranças do povo Munduruku, ocuparam na última quinta-feira, 02/05, o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará. De acordo com a imprensa “eles reivindicam a regulamentação da consulta prévia e a suspensão imediata de todas as obras e estudos relacionados às barragens nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires”. Além disso, esses indígenas afirmam que só aceitam negociar com um representante da Secretaria-Geral da Presidência da República.

O Globo, 6/05/13
Governo acusa indígenas invasores de Belo Monte de ligações com garimpo ilegal
BRASÍLIA - Em nota divulgada na noite desta segunda-feira, a Secretaria Geral da Presidência da República, do ministro Gilberto Carvalho, acusa os índios munduruku que invadiram e ocuparam instalações da usina de Belo Monte, no Pará, na última sexta-feira, de estarem envolvidos com o garimpo ilegal de ouro no rio Tapajós. Para o governo, esses índios são "pretensas lideranças" e não têm legitimidade.

Folha, 6.5.2012
Planalto diz que índios que invadiram Belo Monte 'não são sérios' e rejeita diálogo
Por meio de assessoria, a Secretaria-Geral afirmou que os índios munducuru não são sérios e não querem negociar. Chegou a relacionar um dos líderes do movimento ao garimpo ilegal no Tapajós, cuja manutenção estaria por trás dos interesses do grupo.

O Globo, 7.5.2013 (mit Video!)
Índios mantém ocupação de obras na usina de Belo Monte, no Pará
Ocupação entra nesta terça-feira (7) no sexto dia.
Índios dizem que só deixarão o local após negociação com o governo.
Jornalistas e advogados estão proibidos de entrar. Duzentos índios permanecem no local.
Com rituais de dança, índios de pelo menos cinco etnias voltaram a protestar. Eles protocolaram um documento no Ministério Público Federal pedindo a regulamentação das consultas indígenas em áreas onde há projetos hidrelétricos, a suspensão de operações policiais no Xingu e Tapajós e a paralisação das obras da hidrelétrica de Belo Monte.