Samstag, 27. Juni 2015
CIMI-Bericht: Morde an Indigenen sind 2014 um 32,1 % gestiegen
Blickpunkt Lateinamerika, 25.6.2015
Cimi-Bericht: Gewaltausmaß gegen Indigene alarmierend
Eine Indígena vom Volk der Kokama bei der traditionellen Gesichtsbemalung ihrer Tochter in der Stadtrand-Siedlung Brasilerinho bei Manaus. Foto: Adveniat/Pohl
Cimi, der Indigenenmissionsrat der Brasilianischen Bischofskonferenz, spricht in seinem Bericht für das Jahr 2014 von einem deutlichen Anstieg der Gewalt gegen Indigene in Brasilien.
Das 180 Seiten starke Dokument stellt Berichte von Betroffenen, von indigenen Anführern und indigenen Organisationen, zusammen. Ergänzt werden diese durch Informationen von Cimi-Missionaren, die sich vor Ort ein Bild gemacht haben.
Seit mehr als 20 Jahren rüttelt der Cimi-Bericht Brasilien und die Welt wach. Der Indigenenmissionsrat nennt das Dokument einen kollektiven Aufschrei der mehr als 300 indigenen Völker und der etwa 100 isoliert im Amazonasgebiet lebenden Indigenengruppen.
2014 wurden in Brasilien 138 Indigene umgebracht. Die Zahl der Gewaltdelikte sei insgesamt angestiegen. In 84 Fällen wurde in indigenes Land eingefallen, um illegal Rohstoffe auszubeuten. 135 Indigene begingen Selbstmord. 785 Kinder im Alter bis zu fünf Jahren starben. In 118 Fällen seien Demarkierungen und andere Regelungen, die indigenes Land betreffen, verzögert oder gar nicht umgesetzt worden - mehr als eine Verdoppelung gegenüber 2013. Hier lag der Bundesstaat Pará an der Spitze, in dem das umstrittene Wasserkraftwerk Belo Monte gebaut wird. Der Bericht erkennt generell einen Zusammenhang zwischen staatlicher Verzögerungstaktik bei der Demarkierung indigenen Landes und dem Bau von Wasserkraftwerken.
Brasilien erkennt seine historische Schuld nicht an
Die Anthropologin Lucía Helena Rangel, die Cimi berät und für die Koordination des jährlich erscheinenden Berichtes verantwortlich zeichnet, spricht von einem alarmierenden Ausmaß an Gewalt gegenüber den Indigenen. Es handele sich um ein Muster, das sich stets wiederhole. Unterschiede zum Bericht für 2013 ließen sich kaum erkennen. Rangel sieht die Ursache für den Hass auf die Indigenen in der fehlenden Anerkennung der historischen Schuld, die Brasilien den indigenen Völkern gegenüber auf sich geladen habe. Die Geschichte des Landes sei von Gewalt geprägt. Die Sklavenhaltermentalität wirke im heutigen Brasilien nach. Werde über Menschenrechte gesprochen, so erschaudere die Elite.
Wer Widerstand leistet, riskiert sein Leben
In der Selbstmordstatistik hält der Bundesstaat Mato Grosso do Sul einen erschreckenden Rekord. Hier nahmen sich im vergangenen Jahr 48, zumeist junge Indigene das Leben. Im Zeitraum 2000 bis 2014 betrug die Zahl der Selbstmorde in Mato Grosso do Sul 707. Die Anthropologin Rangel weist auf einen starken Zusammenhang von Selbstmord, Rassismus und Landkonflikten hin. Letztere bildeten auch ganz überwiegend den Hintergrund für die 138 verübten Morde an Indigenen. Die Botschaft: Wer Widerstand leistet, muss damit rechnen, dafür mit seinem Leben zu zahlen. Neben erneut Mato Grosso do Sul entfielen die meisten Fälle auf den Bundesstaat Amazonas und auf Bahia. In einigen Fällen war es zu gewaltsamen Konflikten unter Indigenen gekommen, bei denen Alkohol im Spiel war. Jahr für Jahr steigt dem Cimi-Bericht zufolge die Kindersterblichkeit bei Indigenen. Besonders betroffen waren die Xavante und die Yanomami, die 116 bzw. 46 tote Kinder betrauerten.
Cimi verlangt indigene Wahrheitskommission
Cimi fordert in dem Bericht die Einrichtung einer indigenen Wahrheitskommission, um die schweren Menschenrechtsverletzungen an indigenen Völkern in Brasilien ans Licht zu bringen. Denn vieles bleibt bislang im Verborgenen. Außerdem plädiert der Indigenenmissionsrat für Informationskampagnen in ganz Brasilien, um der Bevölkerung die Respektierung der Rechte der indigenen Völker nahezubringen, welche die Verfassung garantiert. Lucía Helena Rangel hofft, der Bericht trage zu einer humaneren Indigenenpolitik in Brasilien bei.
Bericht Pflichtlektüre für die Verantwortlichen
Cimi möchte mit dem Bericht Jahr für Jahr die Menschen stärker für die indigenen Belange sensibilisieren und den brasilianischen Staat dazu antreiben, sich, wie es seine Pflicht ist, entschlossen für diese einzusetzen. Wer sich an Indigenen vergehe, müsse bestraft werden. Bedauerlicherweise nehme die Gewalt gegen Indigene jedoch Jahr für Jahr zu. Wer dem zuschaue, mache sich zum Komplizen, letztlich vielleicht sogar eines Ethnozids. Der Cimi-Bericht sei für die Verantwortlichen in Brasilien Pflichtlektüre.
amerika21.de, 30.06.2015
Morde an Indigenen in Brasilien haben zugenommen
Missionsrat sieht den Grund in der Verzögerung der Demarkation indigenen Landes. 2014 gab es die höchste Selbstmordrate von Indigenen seit 30 Jahren
CIMI, 19/06/2015
Aumentam os índices de assassinato, suicídio e mortalidade infantil de indígenas, aponta relatório do Cimi
Houve um severo aumento da violência e das violações praticadas contra os povos indígenas no Brasil em 2014, especialmente em relação aos casos de assassinatos, suicídios, mortes por desassistência à saúde, mortalidade na infância, invasões possessórias e exploração ilegal de recursos naturais e de omissão e morosidade na regularização das terras indígenas. Esta é a constatação do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2014, que o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou na tarde desta sexta-feira, 19, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
Baixe o arquivo: Relatório de Violências Contra os Povos Indígenas – Dados 2014
O Globo, 19/06/2015
Número de índios assassinados cresceu 32,1% em 2014, diz Conselho Indigenista Missionário
Entidade culpa omissão do governo federal por violações dos direitos dos povos indígenas
BRASÍLIA - O número de índios assassinados no Brasil cresceu 32,1% no ano passado. Foram 70 casos em 2014, contra 53 em 2013. Mato Grosso do Sul, onde há vários conflitos entre indígenas e produtores rurais, foi o estado com mais assassinatos: 25. Em seguida vêm Bahia, com 15, e Amazonas, com dez. Os dados são do relatório "Violência contra os povos indígenas no Brasil", divulgado nesta sexta-feira pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Cimi culpa principalmente o governo federal pela violação dos direitos dos índios em 2014.
Agencia Brasil, 19.6.2015
Cimi atribui aumento da violência contra índios à demora na demarcação de terras
De acordo com o conselho indigenista, vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nenhuma terra indígena foi homologada pela presidenta Dilma Rousseff em 2014. No total, 600 áreas são reivindicadas pelos índios como território tradicional. Apenas duas foram identificadas (Xeta Herarekã, no Paraná, e Xakriabá, em Minas Gerais) e uma foi declarada como terra indígena (Paquiçamba, no Pará) pelo Ministério da Justiça.
Instituto Humanitas Unisinos, 29 de julho de 2015
Belo Monte. “O caos estava programado de antemão”, constata bispo
138 índios assassinados (sem contar as tentativas de homicídio), 135 suicídios, 785 crianças indígenas mortas, 118 casos de morosidade na regularização de terras e 84 invasões possessórias. Isso apenas em 2014, segundo o relatório Violência contra os povos indígenas do Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
Presidente do CIMI, Dom Erwin Kräutler é bispo do Xingu há 50 anos e um dos maiores opositores da construção da usina de Belo Monte, e por isso conta com autoridade e experiência para explicar o grau de intolerância da sociedade em relação aos indígenas, que sofrem incessantes ataques aos seus direitos desde a chegada do homem branco ao dito “Novo Mundo”. Para ele, essa problemática está engendrada em nossa cultura: “grande parte do material didático das escolas deve ser revisado. A verdadeira história do Brasil precisa ser contada não do ponto de vista dos que ‘descobriram’, mas do ponto de vista das vítimas que são, em primeiro lugar, os povos indígenas”.
Em entrevista exclusiva para o Greenpeace Brasil, 28-07-2015, Dom Erwin Kräutler fala sobre a violência, a mortalidade, o preconceito e a indiferença que ainda permeiam as relações com as comunidades indígenas.